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Artigos

CORONAVIRUS:

Exagero ou realidade?

Julia Gerchenzon

16 Março, 2020

Como o coronavírus pode influenciar nas relações diplomáticas no Oriente Médio

Sou um parágrafo. Clique aqui para adicionar e editar seu próprio texto. É fácil.

A sociedade atual é regida pelo medo e é a primeira vez que vivemos uma pandemia dessa magnitude. A cultura do medo pode ser extremamente prejudicial nesses momentos de crise. No Irã, por exemplo, 44 pessoas morreram após consumir álcool ilegal, depois que uma fakenews circulou pelo país dizendo que o consumo de álcool poderia curar, ou prevenir, o novo coronavírus. O consumo e a comercialização de bebida alcoólica são proibidos no país. Em Cuzistão, uma província iraniana, 18 pessoas morreram pelo novo coronavírus, e 30 pessoas já morreram devido a esse boato.

O Irã é o país com o maior número de infectados pelo coronavírus do Oriente Médio. Segundo o governo, mais de 10 mil pessoas foram diagnosticadas com o novo coronavírus. E segundo o jornal americano "The New York Times", os números são ainda maiores. O impacto do novo coronavírus é tão grave quanto na Itália e na China, segundo o jornal britânico "The Independent".

Depois de 60 anos, o país islâmico pediu ao Fundo Monetário Internacional cinco bilhões de dólares para combater a crise do novo coronavírus. Porém, vale lembrar, que o maior financiador do FMI são os Estados Unidos, e que Donald Trump mantém sanções econômicas e sanções contra setores vitais do Irã.

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Teerã é a região mais afetada pelo novo coronavírus, no Irã. (Foto: BBC News)

O ministro de relações exteriores do Irã, Abbas Mousavi, disse que ''as sanções dos EUA restringem o acesso a medicamentos e suprimentos cruciais para o combate ao COVID-19''. O ministro também afirmou que ''as sanções afetam o bem-estar e a saúde pública do Irã''.

Egito, Israel, Kuwait, Líbano, Iraque e Arábia Saudita, países do Oriente Médio, também registraram casos do vírus em seus territórios.  Muitos afirmam que o pior ainda está por vir. Se o vírus chegar a países em guerras, que sofrem há anos com crises humanitárias, como a Síria e o Iêmen, será uma catástrofe total. Os sistemas de saúde desses lugares já estão sobrecarregados com os problemas da guerra e não vão suportar mais uma epidemia.

Além da preocupação com a saúde da população, o vírus já interfere no mercado e também pode causar conflitos e reestruturações em relações diplomáticas. Segundo o jornal israelense Haaretz, os cientistas do Instituto de Pesquisa Biológica de Israel devem anunciar, nos próximos dias, que concluíram o desenvolvimento de uma vacina para o novo coronavírus.  O Estado judeu vive em conflito com grande parte dos países da região, inclusive com o Irã. O combate ao coronavírus será capaz de trazer para a mesma mesa governos que não se relacionam?

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Fontes: The Independent, The New York Times, The Intercept Brasil, The Guardian, Haaretz, The Jakarta Post, The Tehran Times

CONTINUA

Pedro Bueno

16 Março, 2020

Ir pra guerra sozinho

O novo coronavírus é tão rápido quanto às informações que o atualizam, ao redor do planeta. Os números presentes nesse texto, por exemplo, podem ser que até o fim da leitura, tenham aumentado. É um pequeno retrato de uma pandemia que assusta. No filme “Contágio”, de 2011, em uma entrevista para televisão, o então Dr. Ellis Cheever discute com o jornalista Alan Krumwiede que espalha fakenews sobre a doença no blog. Em uma das falas, o médico fala que o freelancer espalha um mal muito pior do que a própria doença: o pânico. Esse sentimento sempre vai existir, ainda mais quando se lida com a vida. É para tanto? Fale você, que lê esse texto em quarentena, com medo ou impedido de sair de casa (assim como eu escrevo da minha aqui).

Título 1

O personagem citado anteriormente, Krumwiede, o jornalista das fakenews do filme, adora uma teoria da conspiração. Coisas do tipo: é uma arma biológica, é invenção para lucro das empresas do ramo farmacêutico e os governos querem controlar a economia. Seria menos triste se isso ficasse apenas nas telas de cinema e não nas calçadas do Brasil, como no fim de semana. Mas cá entre nós, até que algumas teorias da conspiração chamam atenção e deixam uma pulga atrás da orelha. É divertido quando se escuta algumas dessas teses pela primeira vez, e discussões em bares duram horas para questionar o fato verídico. Até que gostaria de sentar em uma mesa de madeira no botequim da esquina e falar sobre como o Covid-19 está sendo usado para aniquilar parte da população mundial e que tudo não passa de uma jogada internacional comandada por uma aliança imprevisível entre China e Estados Unidos. Mas diante dos acontecimentos, é impossível não pensar que o novo coronavírus é uma ameaça real.

A prevenção se tornou um dos pilares para evitar o que já está ruim. Até o momento, de acordo com a  Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de infectados é de 178 mil pessoas, por todo o planeta, e 6500 mortos pela doença. Uma proporção que muitos olham e veem uma taxa de mortalidade baixa. Realmente é.  Mas ninguém gosta de pagar para ver. Acredito que a doença possa a vir se tornar um fator comum na sociedade. Angela Merkel, chanceler da Alemanha, afirmou que 70% da população do país vai ser contaminado com o novo coronavírus, a longo prazo. E o governo do estado de São Paulo prevê que a região da Grande SP vai ter 45 mil casos dentro de quatro meses. Mas tudo o que é novo assusta; e do novo não se tem conhecimento necessário. A doença causada pelo vírus foi declarada pandemia pela OMS, uma das poucas que tivemos assumidas nos anos 1990 – antes da atual, a Gripe Espanhola, em 1918-19, a Gripe Asiática, em 1957, a Gripe de Hong Kong, em 1968-69 e a mais recente em 2009, com a Gripe Suína.

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Homem e criança no Diton Park, em Pequim, na China, no Festival das Lanternas, data que marca o fim das comemorações do Ano Novo Lunar chinês. (Foto: Stringer/Reuters)

Cidades fantasmas estão cada vez mais comuns pelos países. O medo de contrair o vírus é grande pela população. Acho que em 21 anos de vida, nunca ouvi tanto a palavra quarentena. A facilidade com que se contrai a doença faz pensar que em um dia milhares de pessoas podem estar sendo contaminadas no cotidiano. Um espirro, uma tosse ou uma assoada de nariz já é motivo para olhares tortos ao redor de qualquer um. Nós, brasileiros, como de costume, brincamos com a realidade. Praias e ruas lotadas fazem parecer que o Brasil é um oásis em meio ao caos. Na quarta-feira (11/3), eu mesmo me arrisquei em pegar o metrô lotado, desembarcar no Maracanã e ver um jogo em um local com mais de 60 mil pessoas. Mas a volta para casa – novamente em um metrô lotado e brincando sobre o vírus com meus amigos – me fez refletir sobre o tema e realmente botar na cabeça o questionamento: “Isso é sério”. Não parava de pensar nos acontecimentos, que até ali já assustavam. E hoje, escrevo esse texto, como já mencionado antes, isolado (não estou doente).

Os fatos são muitos. Teorias da conspiração são legais até certo ponto. Tentar não acreditar no concreto é cegar-se para a realidade. Numa entrevista ao canal americano abc, o jogador da NBA e do Utah Jazz Donavan Mitchell, que testou positivo para o novo coronavírus, disse uma frase que impacta. Em isolamento, ele diz não sentir nenhum sintoma e que estaria pronto para jogar uma série de sete jogos, amanhã. Mas que essa é a parte mais assustadora do vírus. Ninguém pode falar quem está com o Covid-19 ou não.

É como ir para uma guerra, sozinho. O tiro pode vir de qualquer lado, e você não sabe quem pode puxar o gatilho.

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