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Artigos

CELEBRIDADES:

Quais os novos papéis?

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Julia Gerchenzon

15 Julho, 2020

O que aconteceu com o conceito de credibilidade na era digital?

Estamos vivendo um grande alvoroço caracterizado pela falta de critérios de verdade e validade. Hoje, um influenciador digital com um corpo trincado, sem formação em nutrição, ou educação física, consegue convencer milhões de seguidores a comprar um suplemento alimentício.  Principalmente em relação aos instagramers, a vitrine da própria vida se tornou a credibilidade, que antes era referenciado em atitudes e funções específicas desempenhadas no mundo do trabalho.

A venda de um determinado 'lifestyle' e a exposição da rotina (uma falsa rotina, com recortes que dão uma ilusão de realidade) viraram fonte de renda para muitos influenciadores. Essa vida que é compartilhada nas redes sociais não existe na vida real e exemplifica o conceito de sociedade do espetáculo, criado por Guy Debord, em 1967. Vivemos em um mundo que mistura entretenimento com factual, opinião com estudos comprovados, e que, principalmente, não sabe interpretar o conceito de não existir uma verdade absoluta.

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Intagram da influenciadora digital Mina Winkel

Para mim, está tudo interligado, quando misturamos em uma plataforma, trabalho, entretenimento, opinião, notícia e propaganda, é difícil, realmente, perceber a mudança na perspectiva da definição de credibilidade. Por exemplo, skin care é saúde ou propaganda de empresas de produto de beleza? Desinchá é saúde ou é uma mistura  overpriced de ervas da Casas Pedro?

Precisamos ajustar o conceito de credibilidade nas redes sociais, urgentemente, porque não estamos tão distantes de nos tornarmos aqueles que se automedicam com cloroquina para tratar a covid-19 porque um ex-paraquedista, mesmo contrariando a OMS, disse que é cura milagrosa para a doença. 

Então, qual é o papel das celebridades do mundo digital? Ter responsabilidade e dar espaço àqueles que têm especialização e formação em determinado assunto. Um exemplo disso é a Mina Winkel, influenciadora digital, que ficou famosa por participar do programa da MTV, De Férias com o Ex Brasil. Ela faz lives semanais com especialistas (psicólogas e advogadas) para falar sobre relacionamentos abusivos e os direitos das mulheres. 

 

CONTINUA

Pedro Bueno

15 Julho, 2020

More Than An Athlete

Omesmo número. O mesmo patamar no basquete. Caminhos diferentes fora da quadra. A camisa 23 de Michael Jordan e LeBron James ilustra o que um atleta - e no caso dos dois, uma celebridade – pode representar para a sociedade. O astro do Chicago Bulls preferiu o caminho da ausência, enquanto o atual jogador dos LA Lakers monstra ser um dos maiores símbolos dos novos papéis que uma celebridade deve ter. É claro que devemos considerar os pensamentos sociais que cada época demandava – a comparação é entre MJ, que alcançou um patamar mundial na década de 90, e James, que atingiu o auge no anos 2000 e o mantém até hoje.

Ser ausente já é algo que não cabe mais, hoje em dia, para uma celebridade. Com o mundo digital, em que reinam as redes sociais, astros são cada vez mais influenciadores, e atualmente, as pessoas escutam mais eles do que os próprios pais. O Brasil, é um dos maiores mercados de redes sociais no planeta e, ao mesmo tempo, é um país que carece de astros como King James. E isso pode até mesmo ser culpa da própria sociedade. Seja por ausência ou por aqueles que se expressam, o brasileiro parece cobrar e esperar - assim como um caçador aguarda sua presa cair na armadilha - para criticar e cancelar os astros. Anitta é um exemplo. A cantora é uma das maiores personalidades brasileiras e, recentemente, passa por uma transformação no papel de influência sobre os seguidores. Com mais de 47M follows no Instagram, ela não hesitou em procurar entender e se posicionar no campo político. O resultado: tornou-se a terceira maior influência política no país. Não demorou para ela ser criticada e surgir a turma do “Anitta falando de política? Me poupe.”.

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LeBron James é um dos maiores símbolos de ativismo entre as celebridades.

O questionamento é se uma pessoa desse segmento deveria ser um personagem de influência política. A resposta está nos fatos. A cantora, em um estalar de dedos, passou da ignorância admitida sobre o assunto a uma das maiores influenciadoras do campo, no país. Se o desinteresse político é grande, principalmente entre os jovens, no Brasil, qual o motivo de celebridades não entrarem nesse mundo e ajudarem a reverter esse cenário? Se fala de política, mas o tema poderia ser racismo, homofobia, destruição de florestas ou qualquer outro causa social relevante. Um astro pode movimentar muitas mentes e mudar até mesmo a liderança de um país. Celebridades lançadas em busca da presidência não são novidade – Silvio Santos, em 1989, é um exemplo – mas na atual geração, a força delas é incomparável. Kanye West, antes de desistir da candidatura, foi o próximo da fila a tentar a sorte – o rapper tem, aproximados 30M de seguidores no Twitter, enquanto o principal adversário de Trump na corrida presidencial americana, Joe Biden, tem sete milhões.

Ser celebridade e, automaticamente, influenciador, é um conceito em metamorfose no mundo. LeBron é um dos maiores símbolos disso, mas, no Brasil, ainda temos diversos Jordans. O conceito de “More Than An Athlete” do camisa 23 dos Lakers ainda não é considerado no país tropical – talvez pelo medo de arriscar perder justamente a influência na sociedade canceladora. A omissão ainda é um papel da maioria dos atletas brasileiros com relação a temas socias, mas essa mudança pode ser determinante até mesmo para a formação da opinião da população: James tem 68M de seguidores no Instagram; Anitta, 47M; Neymar, mais do que os dois juntos: 139M.

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